Jó 5-2

Eu tenho um ex-namorado que agora namora uma moça muito, muito elegante. Há algum tempo vi uma foto dela na internet. Passeava sorridente ao lado dele no shopping mais caro do Rio de Janeiro e usava uma bolsa maravilhosa.

Ok, você já detectou meu primeiro erro: stalkeei o Instagram da moça. E, como já estava na internet mesmo, gastei mais uma boa meia-hora pesquisando sobre a bolsa. Não consegui achar “A” bolsa, mas encontrei uma bem parecida e igualmente maravilhosa. Que custava 332 dólares em uma loja de design meio alternativa de Nova Iorque. Salivei e pensei:

– Hmmm… por que não me dar um presentinho?

Eu nunca tinha comprado uma bolsa desse preço, simplesmente porque esse tipo de produto não faz parte do meu universo. E, sim, tenho algumas bolsas, mas quase sempre só uso a mesma. Sou dessas que têm preguiça de passar todas as coisas de uma bolsa pra outra…

Mas cometi meu segundo erro: encomendei a bolsa maravilhosa de design. Inclusive fiquei impressionada porque o frete nem era tão caro e a loja entregava no Brasil.

No outro dia fui ler com calma o e-mail de confirmação da compra e então me atentei pra um detalhe: o Google mostrava um pequeno aviso: traduzido do chinês. Pois é, paguei 332 dólares por uma bolsa falsificada que levou dois meses pra chegar e de perto não se parecia em nada com a maravilhosa bolsa da namorada elegante.

Na verdade eu também não me pareço em nada com ela. E não é que ela seja melhor ou pior que eu: apenas somos pessoas diferentes, com vontades e jeitos de viver diferentes. Inclusive o rapaz que ela namora, tal como a bolsa, não combina comigo. E é só isso.


Desejando com a vontade da outra

Mas, sabe, existem aqueles dias em que você acorda insatisfeita. Achando que a vida está toda errada e que, se lá atrás você tivesse escolhido diferente, agora estaria passeando sorridente por aí. Você romantiza e se esquece de que quando esteve lá não foi tão bom assim. Você não era feliz ali, porque aquele não é o seu lugar.

Saber reconhecer o que é a SUA vontade e o que te traz REAL prazer e bem-estar é uma das coisas mais difíceis dessa vida. E no momento em que você está pagando o preço de suas escolhas – porque elas não vão te deixar em estado de felicidade plena sempre e todos os dias – nesse momento você duvida.

E aí é fácil se perder de quem você é e do que é importante pra você (e não pra sociedade, pros seus colegas de trabalho, pras suas amigas). Então você sente inveja e deseja a vida dos outros. Não caia na mesma cilada que eu: quando se sentir tentada a encomendar uma bolsa que não tem nada a ver com você no domingo à tarde, apenas pense um pouco.

Comprar produtos vai te transportar magicamente à felicidade? Quais são as coisas realmente importantes pra você? Uma bolsa, ou qualquer outro objeto, te proporciona um prazer concreto ou é só uma maneira de você achar que tem o mesmo que outros? De parecer o que você não é?

Não há nada de errado em gastar seu dinheiro com o que te traz alegria. Mas se for alegria genuína, e não a satisfação de uma inveja que faz você desejar as vontades de outra pessoa. Como disse Jó (5:22), a inveja destrói o tolo.

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